Operações do porto foram suspensas pela primeira vez na história no dia 23 de setembro, quando o Madeira atingiu 25 centímetros.
Porto de cargas de Porto Velho Rede Amazônica Depois de passar cerca de dois meses paralisado em razão da seca extrema do rio Madeira, o Porto Organizado voltou a operar com normalidade na última semana, em Porto Velho.
As operações do porto foram suspensas pela primeira vez na história no dia 23 de setembro, quando o Madeira atingiu 25 centímetros.
Nesta segunda-feira (2), pouco mais de dois meses depois, o nível chegou em 6,70 metros.
Pelo rio chegam e saem de Rondônia granéis sólidos (como milho e soja), granéis líquidos (como massa asfáltica e biocombustível), além de cargas gerais, como alimentos, bebidas e veículos. A partir da segunda quinzena de novembro, quando o rio começou a subir, as movimentações de cargas foram retomadas.
No entanto, as atividades foram totalmente normalizadas somente na última semana.
No dia 11 de outubro de 2024, o Madeira atingiu a um nível nunca observado, desde que começou a ser monitorado em 1967: 19 centímetros. No início de novembro, o cenário começou a mudar e o rio ficou acima de 1 metro depois de passar mais de um mês batendo recordes de mínimas históricas.
As chuvas nas cabeceiras na Bolívia e no Peru, responsáveis por 70% da vazão do rio Madeira, contribuíram para a recuperação gradual do nível das águas. Os transportes foram suspensos após diversos incidentes envolvendo embarcações por causa da seca: Uma balsa carregada com cerca de 400 motocicletas ficou encalhada no rio Madeira por cerca de dois meses.
A viagem, em condições normais, dura, em média, 15 dias. Em setembro, uma balsa que transportava veículos afundou parcialmente depois de colidir com pedras que apareceram no Rio Madeira com a seca extrema. Para setembro, a previsão era que o Porto Organizado movimentasse 100 mil toneladas.
No entanto, o volume foi frustrado pela crise hídrica.
Segundo a Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (SOPH), administradora do Porto, ainda não há um levantamento do impacto na movimentação de cargas.
Impacto na geração de energia Em setembro, as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, instaladas no rio Madeira, precisaram reduzir a capacidade em razão da seca extrema na região.
Com o nível do Rio Madeira subindo gradativamente, ambas voltaram a funcionar com pelo menos metade das unidades geradoras. Com mais de 3 mil km² de extensão - se destacando como um dos maiores do mundo - o rio Madeira abriga duas das maiores usinas hidrelétricas do Brasil: Jirau e Santo Antônio.
As duas fazem parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e geram energia para todo país. Veja também: Seca Rio Madeira e o impacto na economia Seca hidrelétricas rondônia Arte g1