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Vítimas de lancha atacada por piratas e abandonadas em ilha no Pará falam sobre momentos de desespero: 'Um lugar deserto, sem comida, nada'

Postado em 21 de Agosto de 2024


Lancha transportava passageiros de Gurupá para Porto de Moz, mas foi roubada por piratas.

Passageiros ficaram a espera de resgate durante 19 horas.

Polícia investiga o caso.

Vídeo mostra resgate dos passageiros de lancha que foi roubada por piratas, no Pará. Já estão em casa os passageiros que estavam na lancha que foi roubada por piratas, no Pará.

Em entrevista ao g1, duas jovens que estavam na embarcação relataram o terror e o medo enquanto aguardavam por um resgate.

“Eu só pensava na minha família (acho que todos, ali) e em como íamos sair daquele lugar”, descreveu a passageira Wevilla Santos, sobre o período em que ficou à espera de resgate. As vítimas ficaram por 19 horas em uma ilha no rio Moju, no município de Gurupá, no arquipélago do Marajó - um lugar sem comida e água potável.

A embarcação partiu de Gurupá, na segunda-feira (19), com destino a Porto de Moz, no oeste paraense, mas a viagem foi interrompida após três homens anunciaram o assalto.

Passageiros da lancha levada por piratas foram resgatados por um ribeirinho, em Gurupá.

(Wevilla de vestido verde) Reprodução/Redes Sociais Wevilla Santos mora há doze anos em Porto de Moz e tinha ido visitar a família em Gurupá.

A viagem de volta para casa deveria ter durado no máximo três horas. Segundo Wevilla, os suspeitos embarcaram na lancha como se fossem passageiros comuns, mas que na bagagem levavam armas de fogo e facões que foram usados para ameaçar e intimidar as vítimas. “Eles anunciaram o assalto em frente à vila Tapará.

Levaram tudo nosso! Eu e mais duas pessoas conseguimos esconder nossos celulares”, contou. A jovem ressaltou ainda a violência na qual os suspeitos agiram, mandando os passageiros deitarem no chão da embarcação e não olharem para eles. “Bateram com a arma na cabeça do cobrador da lancha e também do piloto”, ressaltou. As vítimas foram abandonadas em uma ilha sem habitantes.

Celulares, joias, dinheiro e outros pertences foram roubados pelos suspeitos. “Eles queriam fazer um percurso longo e a lancha estava muito pesada, a gasolina que tinha não ia dar.

Então eles pararam em uma ilha e mandou a gente descer de um por um para a embarcação ficar mais leve”, prosseguiu. A lancha foi encontrada na última terça-feira (20), em Santana, no estado Amapá, no mesmo dia em que as vítimas foram encontradas. Embarcação foi encontrada em foz de rio no distrito de Santana no Amapá Divulgação/PF Acesse o canal do g1 Pará no WhatsApp A passageira Edilaine Lobato, de 26 anos, também fez um relato parecido com o de Wevilla sobre como foi o anuncio do assalto.

Edilaine definiu a situação como desesperadora.

(Assista ao vídeo abaixo) Edilaine Lobato estava na lancha sequestrada por piratas, no Pará e relata o que aconteceu Em relação ao abandono dos passageiros na ilha, Edilaine falou que os suspeitos mandavam os passageiros correrem para a mata e não olharem para traz.

Ela temia que os assaltassem atirassem contra as vítimas. A ilha onde as vítimas foram abandonadas é rota de navios de carga.

Com a cheia da maré, os passageiros não puderam ficar na área de praia.

Eles tiveram de improvisar um espaço na mata para dormir e beberam a água do rio. “Um lugar que não tinha absolutamente nada, estava deserto.

Não tinha comida, não tinha nada.

Algumas pessoas estavam com frio e molhadas”, descreveu. Durante o tempo em que ficaram na ilha, os passageiros foram considerados como desaparecidos e em Porto de Moz foi feita uma vigília com orações para que eles fossem encontrados.

O grupo foi resgatado por um ribeirinho que, segundo Wevilla, estava ajudando a procurá-los. “O irmão de uma moça que estava na lancha ligou para esse senhor e pediu ajuda para procurar a gente, quando a gente escutou o barulho do rabeta, começamos a gritar”, contou Wevilla. Vítimas conseguiram fazer uma fogueira e se aquecer enquanto aguardavam por um resgate. Reprodução/Redes Sociais O g1 solicitou informações atualizadas sobre a investigação deste caso, mas até o momento da publicação desta reportagem não recebeu retorno da Polícia Civil e nem Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).

O caso é investigado pela PC. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará em g1 Pará

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