Zena Cardman e Stephanie Wilson foram removidos da missão, mas a agência espacial afirmou que eles poderão participar de futuros projetos.
Da esquerda para a direita: Aleksandr Gorbunov, Nick Hague, Zena Cardman e Stephanie Wilson na sede da SpaceX em Hawthorne, na Califórnia, em 6 de maio de 2024. SpaceX via AP A Nasa anunciou nesta semana a exclusão de dois tripulantes espaciais da próxima missão da SpaceX para permitir que os dois astronautas que estão "presos" na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), Suni Williams e Butch Wilmore, retornem à Terra. Com isso, Zena Cardman e Stephanie Wilson, tripulantes da Nasa, foram removidos da missão, mas a agência espacial afirmou que eles poderão participar de futuros projetos. Já Nick Hague, da agência espacial norte-americana, e Aleksandr Gorbunov, um cosmonauta da Rússia, viajarão em setembro a bordo de um foguete da SpaceX para a ISS.
A dupla retornará com Suni e Butch em fevereiro.
A dupla deveria voltar na Starliner, cápsula da Boeing que apresentou problemas técnicos após acoplar na ISS.
Em vez disso, ela retornará vazia à Terra no início de setembro com o piloto automático ativado.
O sistema de propulsão da nave oferece muitos riscos para trazer a tripulação de volta em segurança. "Não foi uma decisão fácil, mas é absolutamente a correta", diss Jim Free, administrador associado da Nasa.
A dupla foi enviada à ISS em 5 de junho, em uma missão de (supostamente) 8 dias, no primeiro voo tripulado da cápsula Starliner, da Boeing.
Só que, segundo a agência, problemas nos propulsores e vazamentos de hélio bagunçaram todo o cronograma. Quem são os astronautas que estão 'presos' no espaço? Leia também: Veja o que a estadia prolongada pode fazer com o corpo dos astronautas 'presos' no espaço Quem são os astronautas 'presos' na Estação Espacial Internacional Qual o tempo máximo que astronautas já ficaram no espaço? A decisão da volta pela SpaceX foi tomada pela Nasa e discutida com a Boeing.
A escolha da Nasa pela SpaceX para trazer os astronautas de volta é uma das mais importantes nos últimos anos.
A Boeing esperava que a missão de teste da Starliner trouxesse redenção à empresa, após anos de problemas de desenvolvimento e mais de US$ 1,6 bilhão acima do orçamento estimado desde 2016.
A Boeing também vem lidando com problemas de qualidade na fabricação de aviões comerciais, seu produto mais importante. Em um comunicado, a companhia disse que continua a focar, em primeiro lugar, na segurança da tripulação e da espaçonave.
"Estamos executando a missão conforme a determinação da Nasa e estamos preparando a nave para um retorno seguro e bem-sucedido sem a tripulação", afirmou.
A Starliner foi projetada para funcionar de forma autônoma e já tinha completado dois voos sem tripulação antes dos problemas na missão de junho.
Bil Nelson, administrador da Nasa, diz que ter "100% de certeza que a a Starliner vai voar em outra missão tripulada". A cápsula Starliner da Boeing é vista acoplando à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Nasa Histórico do problema Butch Wilmore e Suni Williams decolaram no início de junho a bordo da Starliner e desde então estão na ISS, onde sua espaçonave permanece acoplada.
A nave deveria trazê-los de volta à Terra 8 dias depois, mas problemas detectados em seu sistema de propulsão levaram a Nasa a questionar sua confiabilidade.
Há semanas que as equipes da Boeing e da Nasa realizam testes para entender melhor a causa dos problemas detectados em voo, principalmente nos propulsores da nave.
A principal preocupação era que o Starliner não conseguiria atingir o impulso necessário para sair da órbita e iniciar sua descida à Terra.
Se for decidido que não está em condições de segurança, a nave retornará vazia.
Uma missão regular da SpaceX, chamada Crew-9, decolaria no final de setembro, mas com apenas dois astronautas a bordo, em vez de quatro.
Permaneceria acoplada à ISS até o seu retorno planejado à Terra em fevereiro.
Portanto, traria de volta os dois astronautas que viajaram no dispositivo da Boeing, além dos dois tripulantes da Crew-9.
Se esta for a escolha, a imagem da Boeing seria fortemente afetada em um momento de crise devido a problemas em seus aviões.
Há dez anos, a Nasa encomendou uma nova nave espacial à Boeing e outra à SpaceX para transportar seus astronautas até à ISS.
Com dois veículos disponíveis, haveria uma solução viável em caso de problemas em um deles.
Mas a empresa do magnata Elon Musk prevaleceu sobre a Boeing como o único táxi espacial americano nos últimos quatro anos.
O primeiro voo tripulado da Starliner, que decolou com anos de atraso, seria o teste final antes de iniciar as operações regulares.