Brancos são excelentes para acompanhar laticínios, mas alguns tintos também são bons pares.
Reunir os amigos em casa para petiscar bons queijos acompanhados de belos vinhos é sempre um momento prazeroso.
Mas o erro principal que você pode cometer é escolher apenas rótulos tintos para harmonizar com todos os queijos que serão servidos. Uma tábua composta por vários tipos de queijos – frescos, meia cura, curados, de leite bovino, caprino ou ovino – exige diferentes estilos de vinhos: de espumante a vinho de sobremesa, passando por tudo que está entre esses dois extremos, ou seja, brancos, rosés e tintos de diversas intensidades aromáticas, teor alcóolico e corpo (entenda o que é um vinho encorpado).
Ter uma variedade de vinhos tão ampla à disposição não é simples, nem prático.
Então a melhor coisa a se fazer nesse caso é escolher apenas um vinho.
Um rosé ou um tinto leve, como Pinot Noir sem passo em barrica ou Gamay, podem funcionar, mas se você tiver que escolher apenas um rótulo, opte por um espumante ou um branco. Outra excelente saída para contornar o desafio de encontrar as melhores harmonizações de queijos e vinhos sem complicar demais as coisas é disponibilizar duas taças para as visitas: uma para brancos ou espumantes e outra para tintos, de modo a ter dois estilos de bebida sempre na mão para harmonizar com todos os laticínios na mesa. O que buscar numa harmonização O objetivo de combinar comida e bebida é criar sabores que vão além da junção dos dois.
Isso é o que acontece num cenário ideal, mas nem sempre fácil de alcançar.
Porém, quando essa complementação perfeita ocorre, deixa qualquer um de queixo caído pela surpresa. Mesmo que esse tal de “Nirvana enogastronômico” não seja alcançado, é possível, de todo modo, ter magníficas experiências em que vinho e queijo, mesmo não se complementando, mostram uma relação de respeito, ou seja, nenhum dos dois “passa por cima” do par. Vinho e queijo: as melhores harmonizações Queijos frescos, como Minas frescal, ricota, feta e chèvre combinam à perfeição com espumantes secos e vinhos brancos leve e aromáticos.
Três excelentes opções são: Cava Don Román Brut, espumante espanhol seco, fresco, equilibrado, com boa persistência e acidez deliciosa. Reguengos DOC Branco, vinho branco português com aromas frutados e frescos, que remetem a frutas cítricas e tropicais.
Em boca, é seco, equilibrado e refrescante, com uma acidez prazerosa e um final persistente. Alambrado Etiqueta Negra Torrontés, vinho branco argentino muito perfumado, com notas de rosas, frutas brancas como maçã e pera, e frutas cítricas como laranja e limão. Queijos delicados, como brie, comté, gruyere, muçarela, muçarela de búfala e burrata pedem vinhos brancos, rosés e tintos leves.
Três excelentes opções são: Régia Colheita Branco Alentejo DOC, rótulo português que passa por processo de bâtonnage durante algumas semanas, e depois estagia até ao final do inverno, sendo engarrafado somente no início da primavera.
É encorpado, untuoso e apresenta aromas de frutas brancas maduras. Carolina Reserva Rosé, vinho chileno saboroso e fácil de beber, com aromas intensos de frutas vermelhas, como cerejas e framboesas, e notas de rosas.
Os taninos são delicados e a acidez deliciosa.
Moillard Beaujolais Les Malvaux, tinto da região francesa da Borgonha elaborado com a uva Gamay.
É muito macio, equilibrado e com ótima acidez.
No nariz, notas de cereja, framboesa e groselha. Queijos firmes, como gouda, parmesão, pecorino, asiago, manchego e cheddar, combinam com tintos mais encorpados.
Três excelentes sugestões são: Tons de Duorum Tinto, vinho da renomada região do Douro, em Portugal, com aromas intensos de frutas vermelhas maduras complementados por um delicado toque floral.
Os taninos são elegantes e maduros, e o final é persistente. Norton D.O.C.
Malbec, vinho argentino da região de Denominação de Origem de Luján de Cuyo, em Mendoza, com belos aromas de frutas vermelhas maduras e pimenta-do-reino.
Em boca, taninos macios, ótima estrutura e longo final. Forte Ambrone Etichetta Nera IGT Toscana, vinho italiano com notas de cerejas, frutas negras e baunilha.
No paladar, possui taninos aveludados. Queijos fortes e pungentes, como queijos azuis, gorgonzola, roquefort, taleggio e stilton harmonizam melhor com tintos encorpados e vinhos doces.
Três ótimas opções são: Reguengos Garrafeira dos Sócios, vinho ícones do Alentejo, em Portugal, selecionado com uvas das melhores parcelas da região.
Rótulo de altíssima qualidade, com aromas complexos de frutas secas, especiarias, baunilha e notas tostadas.
Em boca, é encorpado, robusto e elegante, com acidez equilibrada, taninos finos e persistentes, e um final longo e harmonioso. Moscatel de Setúbal DOC Adega de Palmela, um dos vinhos fortificados mais emblemáticos de Portugal.
Com uma tonalidade âmbar e reflexos dourados, revela aromas de cascas de laranja, mel, frutos secos e notas sutis de chá.
No paladar, é especialmente fresco e equilibrado, e apresenta uma ótima persistência. Piemonte DOC Barbera Appassimento Truffle Hunter Leda, vinho tinto italiano com belas notas de frutas escuras maduras, como cerejas e ameixas.
Apresenta taninos macios e sedosos.
Elaborado a partir da técnica “appassimento”, na qual as uvas secam na planta ou em cestos de depois de colhidas.
Em boca, é muito saboroso e encorpado. BEBA MENOS, BEBA MELHOR.