Apesar da maioria das modalidades paralímpicas terem uma versão homóloga nas Olimpíadas, existem dois esportes que são exclusivos dos Jogos Paralímpicos.
A bocha não está nas Olimpíadas Getty Images/Via BBC Como acontece desde 1988, os 4.400 atletas que estarão competindo nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, iniciados nesta quarta-feira (28/8), irão utilizar os mesmos locais de competição usados nas Olimpíadas, encerradas em 11 de agosto. Durante dez dias, esportistas de 185 países vão disputar 549 medalhas de ouro, em 22 modalidades diferentes.
Nas Olimpíadas foram disputadas 329 medalhas de ouro em 32 modalidades esportivas. Apesar da maioria das modalidades paralímpicas terem uma versão homóloga nas Olimpíadas, existem dois esportes que são exclusivos dos Jogos Paralímpicos: a bocha e o golbol. Nessa sexta-feira (30), os brasileiros Maciel Santos e Laissa Teixeira se classificaram para a próxima etapa da bocha individual após vitórias. No golbol, as seleções feminina e masculina do Brasil vão competir neste sábado (31) contra China e Irã, respectivamente.
E entre os próprios esportes praticados em ambas competições, Olimpíadas e Jogos Paralímpicos, também há uma outra grande diferença. Uma das principais características das competições paralímpicas é que cada modalidade esportiva tem diferentes classes que variam com o grau de deficiência — o que torna possível que um mesmo evento ou prova tenha mais de um vencedor. Na natação, por exemplo, há grupos de classificação de 1 a 10 que consideram deficiências físicas, de 11 a 13 para os níveis de deficiência visual e o grupo 14, que considera a deficiência intelectual. Conheça abaixo os esportes que só estão presentes nos Jogos Paralímpicos. 1.
Bocha O nome é derivado do italiano “boccia” que significa bola, item essencial para a prática do esporte. O jogo, com diversas variações, é popular em muitos países europeus, como Itália, França, Espanha e Reino Unido. Na versão paralímpica, que existe desde 1984, as partidas são disputadas em um campo coberto de cerca de 12 metros de comprimento por 6 metros de largura, por equipes de uma, duas ou até de três pessoas. O objetivo, segundo a organização dos Jogos Paralímpicos, é "arremessar ou lançar as bolas o mais perto possível de uma bola menor. A bocha é um esporte popular em alguns países europeus Getty Images/Via BBC Os jogadores podem usar as mãos.
É um jogo em que não importam tanto a força do arremesso nem a distância alcançada pela bola lançada, e sim a tática de aproximação ao mesmo tempo em que se tenta bloquear o avanço do time adversário.
Os jogadores podem requisitar ajuda para fazerem o arremesso das bolas. Uma partida entre equipes individuais e de duplas é dividida em quatro tempos, enquanto as equipes com três participantes disputam seis tempos. A bocha permite que atletas com sérias deficiências possam participar da maior competição esportiva que existe. O Brasil conquistou uma medalha de bronze nos Jogos de Tóquio 2020, enquanto a medalha de ouro ficou com o britânico David John Smith, também vencedor no Rio em 2016.
Em Paris, as pretensões da equipe brasileira são mais modestas em função da grande qualidade dos representantes europeus. 2.
Golbol Depois da 2ª Guerra Mundial, centenas de soldados foram diagnosticados com problemas de visão como sequelas do conflito. Em 1946, com a intenção de reabilitar os veteranos da guerra, o austríaco Hans Lorenzen e o alemão Sepp Reindle bolaram um jogo. Nascia o goalball, ou golbol, disputado por duas equipes de três integrantes cada, que defendem um gol de nove metros de comprimento. O objetivo é evitar que uma bola, que possui sinalizadores sonoros em seu interior, entre neste gol.
Cada gol marcado vale um ponto.
Todos os jogadores têm os olhos vendados de modo a anular qualquer vantagem comparativa que exista entre o nível de visão dos participantes.
É permitido o uso de todo o corpo para cobrir o gol e impedir a tentativa do adversário. As partidas de golbol são disputadas em equipes que defendem um gol de 9 metros de extensão Getty Images/Via BBC É um esporte de alta exigência física, em que os jogadores mais experientes e mais bem treinados são capazes de arremessar a bola a uma velocidade de até 70 km/h. O golbol foi incluído nos Jogos Paralímpicos em 1976 como esporte de exibição e acabou incorporado definitivamente nos Jogos de 1980 com disputa por medalhas. O Brasil é considerado uma potência mundial no golbol, tendo conquistado medalha de ouro na competição masculina nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
A equipe da Turquia repetiu em 2020 o ouro vencido no Rio em 2016.