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Criança que teve perna errada operada na PB continua sem andar 4 meses após a cirurgia

Postado em 31 de Agosto de 2024


Menina continua sem conseguir andar quatro meses após ter passado pela cirurgia errada.

Mãe de criança que teve cirurgia em perna errada em CG relata dificuldades A menina de 6 anos que teve a perna errada operada por uma equipe do Hospital de Trauma de Campina Grande continua sem conseguir andar quatro meses após ter passado pela cirurgia. A menina deu entrada inicialmente no Hospital Universitário de Campina Grande, depois, foi transferida para a unidade que trata de emergências.

Ela apresentava um quadro clínico de celulite infecciosa na perna esquerda e precisava passar por uma cirurgia invasiva para colocar pinos no local.

Mas a perna direita foi operada. A mãe da menina, Fernanda Cabral, afirmou em entrevista à TV Paraíba que o membro que deveria ter sido submetido ao procedimento cirúrgico tinha uma tala, ou seja, estava identificado.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, Ministério Público e Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB).

Equipe envolvida foi afastada. Como tudo começou As dores na perna esquerda da menina começaram poucos dias após uma queda de bicicleta.

Ao ouvir as queixas de dores da filha, a mãe da criança a levou para o Hospital da Criança de Campina Grande, onde realizaram um raio-X para verificar se havia algo quebrado.

Ao confirmarem que estava tudo bem, a menina foi medicada e liberada para casa. Cirurgia foi feita em perna errada de menina, em Campina Grande Reprodução/TV Cabo Branco No dia seguinte, Fernanda Cabral, mãe da menina, retornou ao hospital com a filha.

Através de uma ultrassom, foi descoberto um quadro clínico de celulite infecciosa. “Transferiram a gente pro Trauma para colocar um acesso central.

Começaram a fazer novos exames, a gente ficou na UTI do Trauma e descobriram várias coisas, que [a celulite na perna da menina] já estava com sepse, teve um trombo na perna e aí veio a suspeita de lúpus também.

Com a suspeita de lúpus, transferiram a gente pro HU", narra a mãe da menina.

Foram cerca de 40 dias no Hospital de Campina Grande até receber a alta médica.

Pouco depois, as dores sentidas pela menina voltaram.

"Só que ela com a dor e eu já traumatizada pelo tanto de tempo que a gente tinha passado no hospital, fui pro Trauma, no dia 21 de abril.

Chegando lá, eles fizeram um examezinho e disseram que teriam que interná-la porque achavam que era uma osteomielite", detalha a mãe da criança. De acordo com o médico e diretor técnico do Hospital de Trauma de Campina Grande, Flávio Daniel, a osteomielite é uma infecção que atinge a parte óssea do corpo humano.

“É uma infecção que necessita de tratamento, na maioria das vezes prolongado, com antibioticoterapia e em algumas situações, de drenagem, quando é feito procedimento cirúrgico”, explica. A cirurgia errada e a investigação do caso A menina foi encaminhada para o centro cirúrgico do Hospital de Trauma de Campina Grande e, ao sair, a mãe da criança se desesperou ao perceber que a perna direita é a que tinha sido operada, quando, na verdade, o problema estava na perna esquerda.

A criança teve que voltar para o centro cirúrgico para ter a perna correta operada. Pouco depois do erro ser identificado, o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande emitiu uma nota de esclarecimento confirmando o afastamento de toda a equipe e determinando a abertura de uma sindicância para apurar o caso. Os conselhos de medicina e enfermagem na Paraíba também estão investigando o caso.

O primeiro secretário da diretoria do CRM-PB (Conselho de Medicina da Paraíba), Klecius Leite, fala sobre as medidas que podem ser tomadas em relação a equipe médica responsável.

“O médico poderá ser absolvido ou considerado culpado.

Se ele for considerado culpado, existem vários tipos de pena, que podem ir de uma advertência até a cassação", explica. “Em relação à comissão de ética de enfermagem, eles concluíram com a parte deles.

Já foi enviado relatório para o Coren, órgão responsável por apurar a parte de enfermeiros e técnicos de enfermagem, se houve alguma conduta para ser punida ou não", complementou o diretor técnico do Hospital de Trauma de Campina Grande, Flávio Daniel. De acordo com informações da Delegada da Polícia Civil, Renata Dias, que investiga o caso, parte da documentação necessária para a investigação já foi recebida pela polícia.

“O próprio hospital onde a cirurgia foi realizada já forneceu parte da documentação que estava em andamento para apurar as condutas dos profissionais envolvidos e nós buscamos também o parecer do CRM", detalhou. “Em relação à perna direita [da criança], na qual ocorreu o evento adverso, é bom que fique claro que o acompanhamento da nossa equipe de ortopedistas, todos os colegas que avaliaram a paciente viram que ela não ficou com nenhum tipo de sequela do ponto de vista funcional”, esclareceu Flávio Daniel. A criança, no entanto, continua sem conseguir andar mesmo após quatro meses da operação e depende unicamente dos cuidados da mãe, que se vê tendo que prestar explicações repetidas vezes ao seu local de trabalho para conseguir tomar conta da filha. “A parte mais difícil é não poder brincar, não poder andar.

Saudade de brincar de esconde-esconde e brincar de pega-pega.

Saudade de andar de bicicleta, mas eu não posso", desabafa a menina. A delegada Renata Dias, da Polícia Civil, ressaltou que o caso continua em investigação e que ainda aguarda o parecer do Ministério Público da Paraíba para concluir o inquérito.

A assessoria do CRM-PB informou que o órgão não enviou o parecer para a Polícia porque os processos éticos apurados correm em sigilo.

O MP informou que ouviu a mãe da menina e está acompanhando as medidas que estão sendo tomadas para que a criança tenha acesso a todo o atendimento necessário pelo SUS e que seguem as demais investigações.

A menina está sendo acompanhada pela equipe de ortopedistas do Hospital de Trauma de Campina Grande e por fisioterapeutas e psicólogos do município. Vídeos mais assistidos do g1 da Paraíba

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