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Cada vez mais caro, azeite vira produto de luxo na mesa das famílias: 'Sonho impossível de se realizar'

Postado em 31 de Agosto de 2024


Produto acumula alta de quase 49,4% em um ano, segundo o IBGE.

Em Sorocaba, interior de SP, a inflação chega a 60%.

Azeite está quase 50% mais caro, segundo IPCA Eraldo Camargo/TV TEM Com o preço cada vez mais "salgado", o azeite de oliva tem se tornado uma preocupação para donos de padarias e restaurantes de Sorocaba (SP).

O produto, essencial para muitas receitas, já não é visto há tempos na dispensa de muitos moradores.

Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O azeite de oliva ficou 49,42% mais caro entre abril de 2023 e abril de 2024, indica o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em supermeracados de Sorocaba, conforme levantamento feito pela TV TEM, a alta chega a 60% (entenda o que provoca o aumento no preço). Daniel Dallava é proprietário de uma padaria no centro de Sorocaba e sente o impacto do valor na maioria dos pratos produzidos no local.

O estabelecimento consume 20 litros do produto por mês. “Antes, nós gastávamos em torno de 950 reais por mês de azeite, hoje já está perto dos 1.600 reais.

É um aumento bem expressivo, principalmente porque temos dois pães, aqui na padaria, que levam o azeite [na receita] e são os nossos pães mais vendidos, sem contar os pratos que também compõe ingredientes que levam azeite e isso acaba elevando o custo do nosso preparo”, conta. Preço do azeite tem deixado pão mais 'salgado' em padaria de Sorocaba Eraldo Camargo/TV TEM De acordo com o comerciante, o reajuste ainda não foi repassado aos clientes, "mas se o valor continuar subindo, vai ser inevitável”, lamenta. “A gente não abre mão da qualidade do produto, então, para nós, é inegociável substituir para um produto similar, de menor custo.

Mantendo a qualidade, a gente consegue fidelizar o cliente." "Sonho de consumo" Nos supermercados, não são todos os clientes que conseguem levar o azeite para casa.

A Carolina Leão diz que o produto “está quase se tornando um sonho impossível de se realizar." "Faz um bom tempo que é um tipo de produto que não entra na nossa prateleira em casa." Para moradora de Sorocaba, azeite virou sonho de consumo Eraldo Camargo/TV TEM Mas por que está tão caro? De acordo com o professor de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) Carlos Eduardo de Freitas Vian, o alto preço do óleo é devido à escassez e origem do produto. “É um produto que tem uma área restrita no mundo, em termos de produção.

Os maiores produtores mundias estão na região do Mar Mediterrâneo, como Europa, Espanha, um pouquinho em Portugal, Itália, Grécia e um pouco nos países de oriente médio”. Diminuição da oferta + custos de operação: A soma desses dois fatores explica a alta no preço do azeite, de acordo com o economista Marcos Canhada.

“Temos uma questão cambial também, a nossa moeda menos valorizada em comparação ao dólar e faz com que o custo da importação fique elevado”, reforça. O Brasil produz apenas 1% do azeite consumido, influenciando no valor.

O comenta a previsão para os próximos meses.

“Uma das causas para ficar no radar é o clima, lá na Europa, e diminuição de oferta.

É uma questão que deve pendurar a um bom tempo, algo que já vem do [ano] passado e deve persistir’.

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