Notícias

Quatro meses da enchente no RS: Crianças órfãs convivem luto por pais mortos: 'ficam tristes', 'sofrendo muito', dizem parentes

Postado em 01 de Setembro de 2024


Ao todo, 183 pessoas morreram e 27 permanecem desaparecidas, segundo a Defesa Civil.

Paloma e Andrigo tinham dois filhos, de cinco e seis anos Arquivo pessoal Há quatro meses, a enchente que devastou o Rio Grande do Sul deixou filhos órfãos e com um desafio doloroso: lidar com a saudade.

Ao todo, 183 pessoas morreram e 27 permanecem desaparecidas, de acordo com a última atualização da Defesa Civil. Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Os irmãos Arthur Miguel, de 5 anos, e Anthony Gael, de 6, vão crescer sob os cuidados dos avós.

Os pais, Paloma Melo da Silva e Andrigo Oliveira de Ávila, ambos com 25 anos, morreram nos primeiros dias das fortes chuvas em um deslizamento de terra em Boa Vista do Sul, na Serra, enquanto voltavam do trabalho. "Sempre falam dos pais, ficam tristes.

O Arthur, principalmente, fica muitas vezes sem saber o que fazer e o que dizer", conta Claudia Lima, avó materna das crianças. Depois da tragédia, os meninos passaram um tempo morando com avós paternos em Boa Vista do Sul. No entanto, atualmente, as crianças e os avós paternos estão em Caseiros, onde a avó materna reside, para que haja mais suporte na criação das crianças.

Os municípios são separados por cerca de 170 quilômetros de distância. "Estão felizes, escola nova, amiguinhos novos e agora perto de nós, os tios, a avó, que antes eles só viam por chamada de vídeo e duas a três vezes por ano", conta Claudia. Os filhos do casal moravam com os avós paternos em Boa Vista do Sul Arquivo pessoal Veja quem são as vítimas da tragédia Já em São Jerônimo, a família de Jeisel Luan Grandini de Mattos, de 34 anos, também enfrenta a dor da perda.

Seus filhos, Bernardo, de 9 anos, e Bibiana, de 2, perderam o pai quando a água invadiu completamente a casa.

Para o primogênito, a aceitação está sendo difícil. "A pequena não entende muita coisa.

O maior está sofrendo muito, e não está conseguindo conviver conosco.

Ele chora bastante, não gosta de ouvir falar no nome do pai", conta a irmã de Jeisel, Letícia Grandini. Atualmente, as crianças estão morando com as suas respectivas mães, sendo uma em Caxias do Sul e outra em Charqueadas.

Contudo, sempre que possível, Letícia tenta visitar as crianças e prestar apoio. "Temos dias e dias, muitas vezes dói demais e fica quase insuportável, outras vezes tentamos aceitar a vontade de Deus.

É um sentimento que não desejo pra ninguém nessa terra.

O que nos alegra são eles, e nos dão força pra continuar", explica. Jeisel (5º da esquerda para a direita), com a mãe (3ª da esquerda para a direita) e as irmãs Arquivo pessoal Letícia, que mora na mesma região que o irmão em São Jerônimo, relata que muitos vizinhos se mudaram após a enchente. "Nós fizemos alguns reparos na estrutura da casa e ficaremos aqui.

Mas, se acontecer algo semelhante, certamente vamos embora também", conta. Bairro em que Jeisel morava em São Jerônimo foi tomado pela água Arquivo pessoal Conheça as histórias das vítimas da enchente 'Viveram a vida inteira um pelo outro', diz filha de agricultores que morreram em enchente no RS 'Quando vejo um pôr do sol colorido, imagino que ela esteja escolhendo as cores', diz viúvo de vítima 'Morreu afogado e ficou duas semanas nas águas podres aguardando ser encontrado', conta filha de vítima Família revive luto após morte na enchente em São Jerônimo; primogênito morreu por afogamento em 1996 'Ele contava para todos que iria ser avô', relata filha de vítima de enchente em Canoas Criadora de vacas leiteiras, devota e personagem de livro: quem foi a mulher centenária vítima da enchente Pai, mãe e filha de 27 anos morreram em deslizamento Desmoronamento de terra 'pegou ele por pouco', diz filha de produtor de uva vítima da enchente no RS VÍDEOS: Tudo sobre o RS

ENDEREÇO
Rua Lote Villa Unicap
S/N - Centro,
Rio Formoso - PE
CEP 55.570-000
Top Rio FM © Copyright 2024
© 2024 Top Rio FM 90,5. Todos os direitos reservados