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Brasileira que denunciou golpe em Angola conta perrengues de outras viagens: montanha deslizou na Índia e Sri Lanka estava em crise

Postado em 01 de Setembro de 2024


Letícia Pavim, de Ribeirão Preto, produz conteúdo de viagens para incentivar mulheres a se aventurarem sozinhas, mas diz que já enfrentou desafios em alguns lugares.

Brasileira que denunciou golpe em Angola conta perrengues de outras viagens Há duas semanas, a jovem brasileira Letícia Pavim, de 24 anos, viralizou nas redes sociais após denunciar o golpe do policial corrupto em Angola e ser responsável por mudanças nos postos de controle viário do país.

O feito chamou a atenção e tornou a criadora de conteúdo de Ribeirão Preto (SP) conhecida.

O que muita gente não sabe, no entanto, é que ele é parte de uma extensa lista de histórias e perrengues que a jovem acumula na bagagem. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Ao g1, Letícia revelou que a ideia inicial era fazer uma viagem para o continente africano para divulgar o turismo local e influenciar mulheres que viajam sozinhas, mas foi pega de surpresa com a repercussão do vídeo em que fala sobre o caso de Angola. Formada em relações internacionais pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a jovem compartilha viagens ao redor do mundo para mais de 77 mil pessoas no TikTok e quase 30 mil no Instagram.

Ela já visitou 24 países e contou que a paixão pelo assunto começou ainda criança. A agência de viagem da mãe e as primeiras viagens internacionais para Disney, Chile e Argentina foram o início da longa trajetória de Letícia no mundo.

Após entrar na faculdade, ela conseguiu juntar dinheiro e conhecer mais lugares, como Espanha e Egito. Além da experiência e da imersão em diferentes culturas, dois destinos ficaram marcados de uma forma diferente na vida da criadora de conteúdo: Sri Lanka e Índia.

Os dois países desafiaram a jovem de maneiras que até hoje nem ela compreende. Letícia Pavim durante sua viagem pela Índia Arquivo Pessoal Deslizamento na Índia Após perder o pai em 2021 e passar por um período difícil no Brasil, Letícia decidiu realizar o sonho antigo de viajar para a Índia.

Foram meses de organização e a viagem saiu do papel em 2022. Foram mais de 20 cidades visitadas em três meses de estadia no país.

Ela lembra que no terceiro destino, em viagem à capital Nova Delhi, queria conhecer o Taji Mahal que fica em Agra, cidade próxima.

A aventura começou por volta das 21h30, quando Letícia entrou em um ônibus sozinha para uma viagem de 12 horas nas montanhas. "Quando entrei no ônibus, fiquei meio incomodada porque vi que era só homem e mais uma mulher que eu vi que era casada com um cara.

Graças a Deus, não sentou ninguém do meu lado". Letícia Pavim lembra de perrengue durante sua viagem por diversas cidades na Índia Arquivo Pessoal Como, geralmente, fica enjoada em viagens longas, Letícia lembra que se concentrou em tentar não passar mal, olhando para frente.

Ela acabou pegando no sono e, ao acordar, percebeu que estava em uma escuridão absoluta com o ônibus parado. Para não ficar puxando assunto com os outros passageiros, que eram homens, Letícia decidiu voltar a dormir.

Depois de algumas horas, acordou novamente e tudo continuava do mesmo jeito.

Foi quando ela foi pega de surpresa. "Cutuquei os meninos da minha frente e perguntei o que estava acontecendo e foi quando eles me falaram que uma montanha deslizou e que a gente ficaria preso ou quatro horas ou dois dias.

Sem água, sem comida e sem banheiro". Ao lembrar da história hoje em dia, Letícia ri e diz que, como não tinha o que ser feito, voltou a dormir.

Segundo ela, por volta das 8h30, acordou com muita vontade de ir ao banheiro e decidiu pedia para a única mulher que estava no ônibus além dela para acompanhá-la. Letícia Pavim lembra de perrengue durante sua viagem por diversas cidades na Índia Arquivo Pessoal Para piorar a situação, estava chovendo e elas tiveram de andar na estrada para achar um lugar que servisse de banheiro.

Enquanto elas estavam ali, os carros começaram a andar e ela diz que, por sorte, a mulher que a acompanhou era casada.

"Pelo menos, alguém ia sentir falta dela, porque ninguém me conhecia.

Eu sei que a gente demorou 30 horas para chegar e eu comecei a compartilhar alguns momentos [quando conseguia sinal] nas minhas redes sociais.

Quando cheguei, um amigo disse que não queria me assustar, mas seis pessoas tinham morrido naquele deslizamento.

O motorista chegou a falar pra gente ligar para as pessoas que amamos e não sabia se íamos sair de lá". Letícia diz que percebeu à época, que a situação não era boa, mas não tinha noção da gravidade e agradece por ter sobrevivido. Crise política e econômica no Sri Lanka Na mesma viagem para Índia, Letícia decidiu seguir até o Sri Lanka, um país insular no Oceano Pacífico, com uma amiga indiana.

Ela lembra que os amigos que fizeram pelo caminho as alertaram que o país estava em crise política e econômica, mas, mesmo assim, decidiram seguir viagem. Ao chegarem, ainda no aeroporto, quando foram comprar chip para o celular e tirar dinheiro, as pessoas repetiam 'não era pra vocês estarem aqui'.

Com o clima tenso com o governo, quedas de energias sem aviso durante dias, falta de dinheiro e de combustível no país, a população estava revoltada. "No aeroporto já foi um perrengue, nenhum carro aceitava levar a gente, não tinha carro.

Foi quando um motorista aceitou e começou a barganhar.

A gente fechou com cinco mil rupias cingalesas [cerca de R$ 340]". Letícia Pavim compartilha aventuras que viveu na sua viagem para o Sri Lanka Arquivo Pessoal Letícia conta que já era por volta das 4h e o motorista demorou muito tempo para chegar.

Depois de já estarem dentro do carro, no meio da estrada, ela diz que ele começou a pedir mais dinheiro. Os dois, então, começaram uma discussão e a jovem lembra que falava que ele não podia fazer aquilo com duas mulheres durante a madrugada.

No final, ela aceitou pagar o valor a mais, mas teve uma nova surpresa. "Ele falou, 'não, agora eu vou voltar'.

Ele realmente voltou, jogos nossas malas para fora, no aeroporto, e ficamos um tempão esperando para conseguir outro motorista.

Fomos chegar por volta das 6h no hostel". Letícia diz que, se estivesse sozinha nessa situação, teria chorado, mas como estava com uma amiga, de quem ficou bastante próxima, as duas acabaram rindo da situação quando chegaram no quarto do hostel.

Ao saíram para procurar um restaurante, as duas perceberam que a situação no país era pior do que imaginavam. "Foi a primeira vez que eu procurei a embaixada brasileira.

O nosso problema é que a gente precisava sair de Colombo, a capital, mas corria o risco de não conseguir mais voltar.

A tensão era muito grande e, mesmo a gente conseguindo viajar para seis lugares, as coisas só pioravam". Letícia Pavim compartilha aventuras que viveu na sua viagem para o Sri Lanka Arquivo Pessoal Letícia conta que ficou quase um mês no Sri Lanka.

A amiga voltou para Índia um pouco antes.

A sensação, ela diz, é que o país podia 'explodir' a qualquer momento e, por sorte, conseguiu viajar para Londres. "Três dias depois que eu fui embora, 100 mil pessoas invadiram a casa do presidente.

Foi por muito pouco que eu não estava lá". Mesmo após tantos perrengues, situações de perigo e muita emoção, Letícia afirma que pretende continuar viajando.

Isso porque ela tem como meta mostrar que mulheres podem se aventurar pelo mundo e faz questão de contar histórias com dicas de segurança, destinos e aventuras. *Sob a supervisão de Flávia Santucci. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e região

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